Presentes do céu
Presentes do céu
“De regresso a casa ou vai visitar um lugar?” A pergunta frequente num vôo iniciara a mais bela conversa com um senhor mais velho. Seguida da pergunta "viaja em negócios ou por diversão"? À qual este gentil ser partilha que tinha acabado de comparecer ao funeral do seu irmão. Conversamos sobre o significado da vida e o que acreditamos estar neste planeta a fazer. Conversamos sobre morte e como as respostas da religião não nos ajudam a processar os sentimentos de perda. Ele abriu-se dizendo que tinha sido ele a escrever e leitura para o serviço religioso. Eu perguntei como se prepara para tal? Lágrimas vieram-lhe aos seus olhos e, para um homem de uma geração diferente, houve um movimento para controlá-las. Pedi desculpas antecipadamente por perguntar mas perguntei de qualquer maneira, o que aconteceria se ele se permitisse chorar? Lágrimas rolaram pelo seu rosto ... e no meu também. Olhamo-nos olhos nos olhos, como se ele precisasse dos meus para se permitir chorar. Ele desviou o olhar, enxugou as lágrimas e desculpou-se dizendo: "O meu irmão dizia sempre que eu sou um sentimental". Partilhou histórias do seu irmão de quando eram crianças ... e o seu rosto brilhou e seus olhos cresceram como os olhos de uma criança num recreio. E rapidamente acrescentou estar muito orgulhoso do seu filho (mais velho do que eu) por este ser muito mais emocionalmente inteligente do que ele é. Refletiu sobre o poder da morte por sempre nos levar a perguntar o que é a vida e o que queremos fazer com o tempo que nos resta.
Fiquei encantada e extremamente grata. Que presente, que alegria poder ter uma troca tão emocionalmente carregada de dor e alegria, tão pesada e tão solta com tanto amor, tão profunda, reveladora, tão intensa ... alguns diriam ser sombria, mas foi tão bonita, tão enriquecedora, tão cheia de leveza ... tudo isso com um estranho num avião. Esses encontros, eu chamo-lhes presentes do céu.